Ao realizar a limpeza semanal de meus livros notei o quanto essa atividade me cansava, achei um novo lugar para eles em um móvel mais protegido e também mais prático para movimentá-los. Notei meu apresso por cada um deles e como de costume analisei se algum deles já havia cumprido sua missão comigo e estava pronto para partir.

Essa introdução um tanto quanto pessoal é para falarmos sobre as vantagens e desvantagens dos livros físicos e digitais, como pode perceber nesse primeiro parágrafo é fácil identificar os dois lados de uma mesma moeda.

Um estudo publicado em 2018, pela Revista Electronic Markets, a respeito da
experiência de livros digitais e livros físicos foi comentado pelo Nexo Jornal. A
conclusão do estudo é de que o livro digital transformou a interação das pessoas com
esses bens, essa conclusão foi obtida através da análise de seis temas que explicam tal
interação.

O primeiro deles refere-se à posse, uma vez que existe uma gestão de direitos digitais dos produtos que impedem o compartilhamento do livro, os compradores não se sentem completamente donos do produto. O que nos leva ao segundo tema, relacionado as trocas sociais como vender, emprestar, doar, ou dar de presente.

Intimamente relacionado ao aspecto psicológico, o terceiro tema trata do senso de identidade e vínculo. Apesar de livros digitais permitirem ferramentas como destaque de texto e notas, ambas são vistas como impessoais pelos investigados. O contato físico que desperta sentidos de tato e olfato também é apontado por enfatizar o sentimento de posse. E por fim, a fácil substituição de um livro digital provoca a sensação de desconexão.

No entanto, nem tudo são espinhos. O quarto e quinto tema indicam as vantagens identificadas dos livros digitais. Primeiramente as versões digitais contribuem para um estilo de vida minimalista, por razões de não haver qualquer esforço para a manutenção (como tirar pó) ou necessitarem de espaço. O outro aspecto está ligado ao valor dos livros, ou seja, ao seu uso – sua razão de existir, que neste caso eu pessoalmente vejo como disseminar conhecimento ou emoções – e não a posse.

O sexto tema procurou analisar a adaptação por acervos digitais conforme a faixa etária e surpreendentemente os investigados mais jovens se mostraram mais resistentes que os mais velhos, apesar de todas as faixas etárias terem maior interesse por livros físicos.

Assim, se você buscava encontrar nesse texto uma resposta para qual melhor forma de leitura (digital ou física) infelizmente irei te desapontar. Nas duas formas encontraremos desvantagens incapazes de superar todas as vantagens trazidas. Inevitavelmente a tecnologia está mudando interações, de modo que não seria diferente com a leitura e o conhecimento, é preciso tentarmos avistar o que há de bom do novo sem necessariamente abandonar o que já tínhamos de bom.

Fonte: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2018/06/05/Como-%C3%A9-a-experi%C3%AAncia-de-ter-livros-f%C3%ADsicos-ou-e-books-segundo-este-estudo

Colunista da Aplitech Foundation
Thaís Fernandes
Economista, feminista e futura empreendedora social. Buscando seu lugar no mundo e formas de torná-lo menos desigual.

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