Esse artigo faz parte de uma série que visa discutir a importância da tecnologia assistiva no processo de inclusão social de pessoas com deficiência. Para mim, esse tema tem importância pessoal, meu pai tem artrite reumatoide e faz uso de Tecnologia Assistiva em sua vida pessoal e profissional.

Assim, eu acompanhei de perto as adaptações que ele fez no dia-a-dia para diminuir o impacto dos sintomas com o uso de órteses, bengalas, cadeira de rodas, objetos adaptados – como mouse e teclado, bem como adaptações no carro, em seu espaço de trabalho e em nossa casa. A escolha e adaptação dos produtos levou tempo e, em muitos casos, demandou outras adaptações inesperadas e, por vezes, criativas.

Esse primeiro artigo trás uma breve apresentação do tema, Tecnologia Assistiva, que ainda é novidade para grande parte da população. A ideia é familiarizar o leitor, normalizando os conceitos e removendo estigmas para construir um diálogo saudável. Os próximos artigos se dois aprofundarão no assunto focando na Educação e no mercado de trabalho.

Afinal de contas, o que é Tecnologia Assistiva?

De forma bem resumida, Tecnologia Assistiva são os Recursos e Serviços desenvolvidos para aumentar a independência, qualidade de vida e inclusão social de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Engloba ainda os serviços, práticas e estratégias necessários para a escolha e adaptação do uso desses produtos como fisioterapia, fonoaudiologia, engenharia ou designers.

Como o termo ainda é relativamente novo e pouco difundido, muitos podem estar se deparando pela primeira vez com ele e a princípio pode parecer um pouco complexo. Entretanto todas as pessoas deveriam conhecer sobre Tecnologia Assistiva e trazê-la para seus cotidianos.

Na prática, Tecnologia Assistiva inclui centenas de produtos que vão desde bengalas e talheres adaptados até softwares e computadores. Isso porque existe um grande número de deficiências que podem ser físicas, neuro-psiquiátricas e múltiplas, e ainda, o grau de acometimento pode ser leve, moderado ou grave. Por isso, esses produtos devem levar em consideração o que cada pessoa precisa para reduzir sua vulnerabilidade.

Se você não é uma pessoa com deficiência e não tem ninguém próximo que seja, ainda assim é um exercício de cidadania garantir que a dignidade e os direitos de todos e todas sejam respeitados. Além disso, a representatividade de pessoas com deficiência somado ao envelhecimento da população criam um mercado novo, pouco explorado e com potencial de crescimento.

Por exemplo, um dono de loja deve garantir acessibilidade em seu estabelecimento, desde uma rampa apropriada com corrimão na entrada da loja, trilha para bengala, cardápios em braile e o tratamento dentro das regras de boas maneiras para pessoas com deficiência.

Além disso, outras parcelas da população também podem se beneficiar do uso de Tecnologia Assistiva como pessoas obesas, idosos ou crianças com dificuldade de aprendizado e até mesmo pessoas que estejam se recuperando de um acidente.

O uso da Tecnologia Assistiva é aplicado em diversas esferas como educação, saúde, tecnologia, engenharia e recursos humanos. O próximo artigo dessa série tratará da Tecnologia Assistiva na Educação no Brasil.

Colunista da Aplitech Foundation

Mariana Tabossi – Sou formada em Relações Internacionais com mestrado em Política Econômica Internacional pela King’s College e assim como um sábio disse uma vez eu não acredito que sou jovem o suficiente para achar que sei tudo (atribuído a Oscar Wilde), por isso continuo buscando conhecimento como forma de aprimoramento pessoal e profissional.

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