O panorama hoje em nossas vidas é de grande fluidez tecnológica eletrônica! Aceleradamente, as inovações constituintes de uma sociedade digital vigente nos encaminham rumo a novos e provocantes processos de ensino e aprendizagem. As metodologias educacionais se lapidam, sem descanso, para trazer um desenvolvimento congruente às influências de mídia nos ambientes de estudo e, assim, adquirem novos sentidos procurando validar informações úteis e indispensáveis a todo o momento.

Sob um olhar sensível e analítico, manobrar um bombardeio de dados, opiniões, notícias e múltiplas fontes requer seleção criteriosa de conteúdos e foco na arquitetura de elementos culturais e de cidadania dentro das salas de aula. Mas, com tantos softwares, aplicativos e plataformas será que um desempenho didático satisfatório é movido pela sobrecarga de recursos quando os estímulos seguem somente uma dinâmica quantitativa?

A Neurociência nos aponta que áreas do nosso cérebro mudam conforme influências ambientais pela plasticidade neuronal, ocorrendo aperfeiçoamento da aprendizagem ao longo da vida, desenvolvimento psico intelectual cognitivo e amadurecimento do cérebro. Assim, estímulos e experiências possibilitam formação de novas conexões e transformação de comportamento mediante diferentes desafios e práticas, como acontece no multilinguismo, cujo efeito positivo pela exposição de tarefas não relacionadas à própria língua, além de ser irrelevante para o desenvolvimento sociocultural e linguístico de uma criança, desencadeia funções executivas mais aguçadas e crescimento do córtex parietal inferior esquerdo.

Se por um lado a plasticidade do cérebro, dependendo da demanda ambiental, permite que ele se ajuste e mude de configuração estendendo atividades motoras, perceptividade e assimilação, por outro o uso não gerenciado de material multimídia ocasiona concentração fragmentada. Isso quer dizer que para traçar objetivos alcançáveis, no processo de ensino-aprendizagem, ser multitarefas não é o melhor caminho, pois compromete a eficiência de desempenho e a produtividade para atender a todas as atividades.

Segundo o neurocientista Jean-Philippe Lachaux do Laboratório de Pesquisas Cognitivas do Iserm (Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica) em Lyon, não é porque o cérebro apresenta plasticidade que é possível realizar várias tarefas ao mesmo tempo com o mesmo nível de atenção; para que isso ocorra o foco precisa ser alternado, porém a integridade do raciocínio é parcial e isso se explica pelo processamento do córtex pré-frontal ter restrições. Já para Earl Keith Miller do Instituto de Tecnologia de Massachusetts as mudanças de foco induzem mais ao erro, queda de efetividade e prejuízos além de ansiedade.

Para a construção de redes neuronais mais complexas e bem-sucedido desenvolvimento cerebral na fase escolar, dar um novo sentido ao uso da tecnologia e aplicar a sequência certa à continuidade da aprendizagem é a chave da nova visão educacional.

Colunista da Aplitech Foundation

Anne Hernandez

Guia de turismo internacional e docente de Língua Portuguesa e idiomas. Graduanda em Jornalismo, Tradução e Interpretação.

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